Temperaturas, já altas, vão dar um salto

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Cientistas acham que momento aguardado se aproxima

Parece que estamos no meio de um pulo em temperaturas globais esperado há muito tempo. E isto significa que “os tipos de tempo extremo que vimos no último ano serão muito em breve uma rotina, e depois recordes ainda piores irão acontecer”, disse Kevin Trenberth, um dos mais importantes climatologistas do mundo a Joe Romm, fundador do Climate Progress.

A Nasa afirmou que o mês passado foi não apenas “o agosto mais quente em 136 anos de história registrada”. Empatou com julho deste ano como “o mês mais quente já registrado”. E recordes têm sido batidos por onze meses consecutivos, desde outubro de 2015.

Até então, 2014 foi o recorde para o ano mais quente, depois ultrapassado por 2015. Agora, a Nasa diz haver 99% de chances disto acontecer de novo em 2016.

Por que esta fieira de recordes é importante? Clmatologistas vêm esperando um salto em temperaturas globais. Há um “vasto e crescente corpo de pesquisa de que a humanidade está à beira de experimentar um salto sem precedente histórico em temperatura”.

“O aumento de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa é irrefreável”, diz Trenberth. “Os efeito sobre as temperaturas médias de superfície podem ser mascarados por um década ou pouco mais pela variabilidade natural, mas quando ela vai em outra direção a história é muito diferente.”

“Não é uma notícia benvinda e vai ser difícil nos planejarmos para isso”, afirmou o cientista ao Think Progress.

 

 

 

Um impacto da mudança do clima: pessoas morrendo de calor

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Há pouca dúvida de que a humanidade já está começando a sentir efeitos catastróficos da mudança do clima que provoca. Mais um estudo fornece evidências deles, desta vez relacionado a mortes provocadas por ondas de calor extremo.

O trabalho, feito por cientistas da Universidade de Oxford e publicado na Environmental Research Letters, diz que uma onda de calor que atingiu duas grandes cidades européias em 2003, matando centenas de pessoas, foi causada pela mudança do clima.

O estudo é um dos primeiros a ser publicado em uma revista científica baseado em um campo relativamente novo da ciência do clima conhecido como “ciência da atribuição”. Em resumo, os cientistas aprenderam como estudar a extensão na qual um evento extremo do tempo foi causado pelo curso natural de eventos (variabilidade natural) e quanto provavelmente por um aumento de temperatura do planeta de cerca de 1 grau centígrado desde a Revolução Industrial.

“Geralmente é difícil entender as implicações deste aquecimento, mas agora estamos em um estágio no qual podemos identificar o custo para nossa saúde da parte provocada pelo homem. Esta pesquisa revela que em apenas duas cidades centenas de mortes podem ser atribuídas a temperaturas muito mais altas, resultantes da mudança do clima induzida pelo homem”, diz o principal autor do estudo, Daniel Mitchell.

O que o trabalho mostra é que a mudança do clima foi responsável por 506 das 735 mortes registradas na onda de calor do verão em Paris, e 64 das 315 ocorridas em Londres no mesmo período.

Este é apenas o início do tipo de estudos de impacto do clima que veremos daqui em diante. “Tradicionalmente, a pesquisa do clima tem ligado níveis mais altos de gases de efeito estufa simplesmente a tendências do tempo, como temperaturas mais quentes no dia a dia. Mas ligar o impacto da queima de combustíveis fósseis às implicações para a saúde permite planejamento muito melhor para qualquer mudança posterior”, afirma o co-autor Chris Huntingford.

 

 

 

China quer papel mais atuante dos EUA na mudança do clima

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País pede maior ajuda a nações em desenvolvimento

A China afirmou ontem que os Estados Unidos devem ajudar mais nações em desenvolvimento a lidar com a mudança do clima e efetivar o acordo de Paris sobre a emissão de gases de efeito estufa. A questão divide os dois candidatos americanos à presidência, Hillary Clinton e Donald Trump.

“Acho que os EUA podem fazer melhor”, em particular transferindo tecnologia avançada e fornecer fundos para que países mais pobres consigam enfrentar a mudança do clima e o tempo extremo, disse Xie Zhenhua, representante especial da China da mudança do clima.

Até 2010, China e EUA divergiam sobre a questão, num conflito que levou republicanos em Washington a se opor a acordos ambientais como o Protocolo de Quioto e seu sucessores destinados a reduzir a poluição de combustíveis fósseis.

O governo Obama, junto com Xie, colocou a discussão em bom curso, resultando no acordo de Paris, no qual mais de 190 países se comprometeram com ações voluntárias de proteção do planeta.

O acordo de Paris, no entanto, é vago relação a financiamento. Encontros anteriores pressionaram por um fundo de U$ 100 bilhões por ano até 2020 para ajudar países em desenvolvimento a desenvolverem sistemas de energia de carbono zero e se adaptarem à mudança do clima.

O que foi estabelecido foi um piso de U% 100 bilhões para financiamento futuro do clima, mas não há metas acima disso, lembra o Christian Science Monitor.

 

 

 

Donald Trump, a grande ameaça para a saúde do planeta

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Para ele, mudança do clima é “fraude inventada pelos chineses”

Trump pode ter dito depois que não passou de uma piada, mas um tweet seu afirma” “O conceito de aquecimento global foi criado por e para os chineses para tornar a economia dos EUA não competitiva”.

Usou a palavra “fraude” algumas vezes e depois parou, porque seus assessores devem ter lhe dito que não pegava bem, mas não voltou atrás em seu ceticismo agressivo da mudança do clima e das políticas criadas para aliviá-la.

E mais: pretende rescindir todos os avanços conquistados por Barack Obama, incluindo o Plano de Ação do Clima e afirmou mesmo que cancelaria o Acordo do Clima de Paris e cessaria ” todos os pagamentos de dólares americanos para os programas de aquecimento global da ONU”.

“O presidente Obama colocou os Estados Unidos no Acordo de Paris unilateralmente e sem a permissão do Congresso. Este acordo dá a burocratas estrangeiros o controle de quanta energia usamos aqui na América”, afirmou o candidato bufão.

Trump altera muito seu discurso conforme o público. Pode parecer uma piada, mas mandou construir um muro para proteger um de seus campos de golfe na Irlanda da elevação do nível do mar, um dos efeitos do aquecimento global. De qualquer forma, entende o significado político de seus gestos – no caso, que seguirá protegendo a indústria do petróleo e os interesses do mercado e não aceitará pressão dos ambientalistas, comenta a Salon.

 

 

Banco Mundial aumenta investimentos contra mudança do clima

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Instituição vai dedicar 28% de seu orçamento a projetos na área

O Banco Mundial anunciou ontem uma “mudança fundamental” em seu papel de aliviar a pobreza global, focando seus esforços de financiamento no enfrentamento da mudança do clima.

Apesar de diversas críticas à instituição, como a continuação de seus financiamentos ao setor de carvão e a projetos de infraestrutura que produzem enormes quantidades de CO2, ela ainda é a maior provedor de crédito a países em desenvolvimento. E afirma que vai dedicar 28% dos investimento diretamente a projetos relacionados à mudança do clima, e que todos os seus investimentos futuros levarão em conta o aquecimento global.

“Depois do acordo global do clima [assinado em Paris no final do ano passado], temos agora de agir com firmeza e proteger nosso planeta para as gerações futuras”, disse Jim Yong Kim, presidente do banco.

“Temos urgência de ajudar países a fazer transições importantes para aumentar fontes de energia renovável, diminuir as fontes de uso intenso de carbono, desenvolver sistemas de transporte verdes e construir cidades sustentáveis para crescentes populações urbanas”, afirmou ele.

John Roome, diretor sênior de mudança do clima do Banco Mundial, afirmou: ” “Esta é uma mudança fundamental para o banco, Estamos colocando o aquecimento em nosso DNA. A mudança do clima levará mais 100 milhões de pessoas à pobreza nos próximos quinze anos, se nada for feito.”

Os investimentos deverão chegar a U$ 29 bilhões por ano até 2020. Nos próximos cinco anos, este dinheiro servirá para ajudar países em desenvolvimento a acrescentar 30 gigawatts de energia renovável à capacidade global de energia, fornecer sistemas de alerta para 100 milhões de pessoas e desenvolver agricultura inteligente para pelo menos 40 nações, segundo a CNBC.

 

 

 

 

Mudança do clima pode causar trilhões em perdas

 

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Aquecimento terá grande impacto no crescimento econômico

Um novo estudo revela que cerca de U$ 2.5 trilhões em ativos financeiros globais até 2100 podem evaporar com riscos dos efeitos da mudança do clima.

Isto equivale a metade do valor todas as empresas de combustíveis fósseis.

O trabalho, do Instituto Grantham de Pesquisa de Mudança do Clima e Ambiente, da London School of Economics, examinou os impactos financeiros de aumento da temperatura de superfície da Terra em 2.5ºC acima dos níveis pré-industriais. O estudo foi publicado na segunda-feira na Nature Climate Change.

“Nossos resultados podem surpreender investidores, mas não muitos economistas que trabalham com a mudança do clima. Isto porque os modelos econômicos dos últimos anos vêm mostrando estimativas cada vez mais pessimistas do impacto do aquecimento global no crescimento econômico futuro”, disse Simon Dietz, principal autor do estudo.

O valor dos ativos financeiros podem sofrer por uma série de fatores, como “eventos extremos do tempo” e redução na produtividade do trabalho e salários.

Dietz advertiu que os dados são os mais amplos publicados até agora, mas que há “enormes incertezas e dificuldades na modelagem econômica da mudança do clima”.

Mesmo com aquecimento de 2ºC, meta concordada pelas nações do mundo na conferência do clima de Paris no final do ano passado, as perdas seriam de U$ 1.7 trilhão.

 

 

Família Rockefeller abandona combustíveis fósseis

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Fundo afirma que a Exxon enganou o público sobre mudança do clima

O Fundo da Família Rockefeller anunciou ontem que vai tirar seus investimentos de combustíveis fósseis “tão rápido quanto possível” e “eliminar a posse de ações” da Exxon Mobil, acusando a gigante do petróleo de ter iludido o público quanto à mudança do clima.

A causa obviamente não é apenas humanitária. Investimento e subsídios despencam no setor, assim como o preço do petróleo.

A notícia é notável porque John D. Rockfeller, considerado o homem mais rico do mundo quando de sua morte, em 1937, fez sua enorme fortuna à frente da Standard Oil (aqui, Esso), precursora da Exxon.

Segundo o fundo, “não há razão sã de empresas continuarem a explorar novas fontes de hidrocarbono”. A Exxon, tida pelo fundo como “moralmente repreensível, respondeu prontamente, se dizendo vítima de uma conspiração.

“Devemos manter as reservas já descobertas no solo que quisermos ter qualquer esperança de sobreviência de ecossistemas humanos e naturais”, diz a instituição. ”

“A Exxon Mobil parede ter trabalhado desde os anos 1980 para confundir o público sobre a marcha da mudança do clima, e ao mesmo tempo gastando milhões para fortalecer suas estruturas contra as consequências destrutivas e buscando novas oportunidades com o derretimento do gelo no Ártico”, afirmou um porta-voz dos Rockefeller, segundo a CNN.

 

 

http://money.cnn.com/2015/10/26/investing/fossil-fuel-divestment-rockefeller-brothers-fund/

Humanidade acelera liberação de CO2 na atmosfera

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Velocidade não tem precedentes em 66 milhões de anos

A liberação de carbono na atmosfera por atividades humanas está acontecendo dez vezes mais rápido do que em qualquer era precedente.

Pesquisadores analisaram a assinatura biológica de sedimentos do mar profundo coletados na costa de Nova Jersey e descobriram que as emissões atuais “são as maiores em 66 milhões de anos”.

Candace Major, diretora da divisão de ciências oceanográficas da National Science Foundation, que pagou a pesquisa, disse que o estudo é “um dos dramáticos episódios da mudança global desde os dinossauros” e que a “humanidade entrou em território desconhecido”.

O estudo analisou sedimentos datados de um evento do clima há 56 milhões de anos, chamado Máximo Térmico Paleoceno-Eoceno. Acredita-se que aí ocorreu a maior emissão de carbono desde a extinção dos dinossauros.

Durante cerca de 4 mil anos, o fenômeno levou as temperaturas de superfície do mar e continentais a subirem mais que 0.2ºC e trouxe secas, enchentes e pragas de insetos.

Mas no período, as emissões foram de menos que 4 bilhões de toneladas por ano, e em 2014 chegaram a um recorde de 37 bilhões de toneladas métricas.

O problema de enfrentar os impactos do clima, com soluções que podem ter chegado tarde demais, é que “as pessoas não pensam em riscos futuros, e tendem a ter uma tendência otimista, de que os riscos vão sobrar para os outros”, comenta Matthew Nisbet, professor de comunicação na Universidade Northeastern, de acordo com o Market Place.

 

 

 

Emissões de CO2 estacionam por dois anos seguidos

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Políticas do clima estão funcionando

As emissões globais de gases de efeito estufa resistiram a um aumento pelo segundo ano consecutivo, um sinal de que as políticas do clima estão funcionando, de acordo com projeções divulgadas hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE).

A energia alternativa teve um “papel crítico” na manutenção das emissões em torno de 32 bilhões de toneladas. A queda do uso de carvão nos dois países mais poluidores do mundo, China e Estados, também foi fator importante.

É o primeiro período em 40 anos no qual um breque nas emissões não esteve acompanhado de desaceleração na economia. Os dados não incluem transportes ou mudanças no uso da terra.

“O estudo, divulgado pouco depois da vitoriosa conferência do clima de Paris (no final do ano passado), é mais um incentivo na luta contra a mudança do clima”, disse Fati Birol, diretor da agência.

O dióxido de carbono é o gás de efeito estufa mais duradouro, com uma vida de mais de 200 anos. Desde 1990 seus níveis subiram 60%, em parte pelo rápido crescimento da economia chinesa.

De acordo com a AIE, o crescimento das instalações de energia renovável, especialmente a eólica, respondeu por 90% da nova energia gerada em 2015.

Ao mesmo tempo, a economia global cresceu mais de 3%, mais uma prova de que a ligação entre crescimento econômico e das emissões está se enfraquecendo, no chamado descasamento entre as duas coisas, afirma a Agência Internacional de Energia.

 

 

 

 

 

Riscos ambientais causam um quarto das mortes no mundo

 

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Ar poluído e água suja estão entre os fatores principais

Quase um quarto das mortes no mundo são causadas por riscos como poluição, água suja, locais de trabalho arriscados e estradas perigosas, de acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A entidade afirma que 12.6 milhões de mortes em 2012, ou 23% do total, são atribuídas a tais fatores. A carga é maior para as pessoas mais pobres e mais jovens. O nível de atingidos é maior na África Subsaariana e nos países de baixa renda de renda média da Ásia.

Estes riscos afetam desproporcionalmente as crianças por causa de sua “vulnerabilidade inata”, diz Frederica Perera, diretora do Centro de Saúde Ambiental da Criança da Universidade Colúmbia, de Nova York. “Estes impactos estão sendo sentidos hoje em todo o planeta, com mais severidade em países em desenvolvimento, mas também em nosso país”, afirma ela.

O relatório, que não inclui riscos dependentes de comportamento individual, como o fumo ou alimentação, examina “fatores físicos, químicos e biológicos externos a uma pessoa” e que podem ser modificados. Foca em riscos ambientais que são produtos das decisões sociais que moldam o mundo.

Alguns dos fatores ambientais são bem conhecidos, como água e poluição do ar, além de fornos a lenha dentro de casa. Outros, menos, como mudança do clima e o ambiente construído, revela o relatório.

“Se as pessoas não agirem para modificar o ambiente onde vivem e trabalham, para torná-lo saudável, milhões de pessoas continuarão a ficar doentes e a morrer muito cedo”, diz Margaret Chan, diretora geral da OMS. Estas mortes podem ser prevenidas, finaliza ela, de acordo com o USA Today.